Inovação

Afinal, como a inteligência artificial pode mudar a vida das pessoas?

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Introdução

Se você é ligado em filmes de ficção científica, certamente já se deparou com tramas criadas por grandes diretores retratando uma sociedade em que robôs e máquinas possuem sentimentos e capacidade de raciocínio. “A.I. (Inteligência Artificial)”, dirigido por Steven Spielberg e “O Homem Bicentenário”, escrito pelo russo Isaac Asimov são bons exemplos de sucessos de bilheteria que abordam essa temática.

Apesar de todo o sucesso desse tipo de filme, a maioria das pessoas não imaginava que esses cenários pudessem se tornar realidade algum dia, certo? Entretanto, apesar de um mundo dominado por seres não humanos estar há anos-luz da nossa realidade, a inteligência artificial (IA) e seus desdobramentos em nossa rotina já são bem palpáveis.

Embora muita gente desconheça notícias sobre esse assunto, discussões acaloradas entre especialistas acontecem todos os dias. O mesmo se pode dizer dos investimentos pesados no desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas à inteligência artificial e em ferramentas que podem beneficiar a nossa sociedade.

Ficou curioso e quer saber mais sobre esse tema? Então não deixe de acompanhar o post de hoje! Continue a leitura e fique por dentro do que é a inteligência artificial, sua história e como ela pode impactar a vida das pessoas (inclusive a sua e a de sua empresa!). Confira!

1. Entenda o que é a inteligência artificial

Por definição, a inteligência artificial nada mais é do que o ramo específico da ciência da computação que tem por objetivo criar, planejar, elaborar e colocar em funcionamento dispositivos que tenham a habilidade de simular a capacidade humana de raciocinar, perceber, aprender, tomar decisões e resolver problemas. Trocando em miúdos, isso significa criar máquinas e dispositivos que sejam inteligentes.

Apesar de existir como ramo da ciência há mais de 60 anos, foi somente nas últimas duas décadas que os progressos em inteligência artificial foram alavancados de maneira significativa.

Esse grande avanço só foi possível graças ao desenvolvimento extremamente rápido da informática e da computação no mesmo período, que permitiu que novos elementos relacionados a essa tecnologia fossem rapidamente criados e incorporados.

Ainda que no início das pesquisas sobre IA o foco fosse apenas o desenvolvimento de uma maneira de reproduzir a capacidade humana de pensar, com o aperfeiçoamento dos métodos, técnicas e conhecimento, essa área de pesquisa se expandiu.

Hoje em dia já existem estudos e pesquisas que visam a criação de dispositivos e máquinas que possam sentir, criar, utilizar a linguagem e se autoaperfeiçoar. Parece que a realidade retratada pelos filmes de ficção não está assim tão longe da realidade, não é mesmo?

2. A evolução da inteligência artificial

Como já mencionamos, os estudos sobre IA foram iniciados há vários anos, em meados da década de 1940, quando até mesmo as pesquisas sobre o computador e suas funcionalidades ainda eram incipientes.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e o grande interesse das potências em investir na indústria bélica e em tudo que pudesse aperfeiçoá-la, os investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias aumentaram de maneira significativa.

Nos anos 50, os cientistas norte-americanos Hebert Simon e Allen Newell criaram o primeiro laboratório destinado à pesquisa de IA no mundo, na Universidade de Carnegie Mellon. Com o passar do tempo e a evolução das tecnologias computacionais, diversas linhas de estudo distintas sobre IA foram criadas.

Dez anos mais tarde, o termo Inteligência Artificial é cunhado pela primeira vez, em função do desenvolvimento da linha de estudo biológica de IA. Esse ramo da pesquisa tinha como objetivo principal a elaboração de algo que pudesse mimetizar as redes neurais humanas e, com isso, que fosse também capaz de raciocinar e realizar atividades extremamente complexas.

A partir daí, os estudos e investimentos em IA sofreram uma grande baixa nas décadas seguintes, voltando com tudo, porém, na década de 90, acompanhando o imenso desenvolvimento da computação no período. Desde então, a inteligência artificial está cada dia mais presente em nosso cotidiano.

Jogos, programas de computador, aplicativos de segurança para sistemas informacionais, robótica, robôs auxiliares em fábricas, dispositivos para reconhecimento de escrita e voz, programas de diagnósticos clínicos e médicos…

Todas essas ferramentas e dispositivos possuem conceitos de inteligência artificial sendo aplicados e utilizados. A tendência é que esse cenário continue em uma expansão crescente, com a inteligência artificial cada vez mais mesclada às atividades e aos trabalhos humanos.

3. Os benefícios da inteligência artificial para a sociedade

Um relatório recém-publicado por um grupo de cientistas da Universidade de Stanford traçou um panorama detalhado do impacto da IA em nossas vidas em um futuro próximo. Os resultados do estudo mostram que, dentro de 14 anos (ou seja, em 2030), a IA será algo extremamente comum e incorporado à nossa vida cotidiana.

Entretanto, já é possível reconhecer alguns benefícios desse tipo de tecnologia nos dias de hoje. Quando se fala do campo do entretenimento, a presença da IA é bastante fácil de ser reconhecida. Games de futebol, em que cada jogador possui características muito específicas e extremamente semelhantes aos jogadores “reais”, são um bom exemplo.

Além disso, a inteligência artificial está presente até mesmo em detalhes que não costumamos perceber como sendo pertencentes a esse tipo de tecnologia — como máquinas fotográficas capazes de detectar o sorriso de quem está sendo focado e corretores ortográficos que identificam erros semânticos em frases e sugerem modificações.

No entanto, a IA vai além de apenas proporcionar boas experiências e momentos às pessoas. Como um exemplo mais “aplicado” e destinado à melhoria da qualidade de vida da população podemos citar o fato de que alguns bancos brasileiros já começam a instaurá-la com o objetivo de facilitar a vida de seus clientes.

Por meio da implantação do comando por voz em seus aplicativos para smartphones e tablets, será possível fazer qualquer tipo de transação financeira apenas “falando” com a ferramenta, sem a necessidade de senhas nem chave de segurança.

Isso porque a tecnologia de IA aplicada nesses sistemas é capaz de reconhecer a voz de cada cliente por meio da decodificação de padrões, descobrimento de hábitos e interpretação de comandos específicos. E o melhor: o sistema, denominado computação cognitiva, é absolutamente seguro e já utilizado por outras instituições financeiras ao redor do mundo.

A tecnologia de computação cognitiva está em plena ascensão e se baseia, principalmente, na capacidade de computadores ou máquinas de cruzar volumes imensos de dados e, por meio deles, gerar análises e respostas por conta própria. Em outras palavras, são dispositivos tecnológicos capazes de pensar e raciocinar.

Especialistas afirmam que a utilização cada vez maior da inteligência artificial no mercado financeiro trará muitas vantagens. Melhorias no atendimento e no relacionamento entre companhias e seus clientes, bem como a diminuição do tempo gasto por cliente em ser atendido e o aumento da eficiência operacional das empresas figuram entre as principais.

Contudo, engana-se quem pensa que os benefícios dessa tecnologia se restringem apenas a bancos e ao mercado corporativo. Até mesmo na área da saúde a IA já está sendo utilizada.

Ao relacionar e analisar o histórico de determinado paciente com sua lista de sintomas e toda a literatura médica disponível na internet sobre o assunto, ferramentas de inteligência artificial já presentes em alguns hospitais de ponta permitem que médicos possam diagnosticar doenças com um nível muito maior de precisão e rapidez.

Se já estamos nesse patamar, o que o futuro nos reserva? O mesmo estudo de Stanford citado acima prevê melhoras significativas em nossa economia e qualidade de vida graças ao desenvolvimento e expansão da IA em um futuro bem próximo.

Veículos inteligentes, máquinas robóticas especializadas na limpeza de ambientes, sistemas interativos de educação e ensino de idiomas, mídias de entretenimento mais envolventes e interativas e softwares capazes de analisar padrões criminosos e aumentar a segurança são apenas alguns dos tipos de IA que devem fazer parte de nossa vida em pouquíssimo tempo.

Apesar de gerar alguns tipos de controvérsias entre cientistas e especialistas no assunto — e da necessidade óbvia de esclarecer e discutir esse assunto com a população —, o objetivo de todas essas tecnologias é o aumento da qualidade de vida da raça humana como um todo.

4. Supercomputador da IBM. Conheça!

Caso você não seja especialmente ligado a assuntos tecnológicos e relacionados à IA, é possível que ainda não saiba que, há cinco anos, a gigante da informática IBM mostrava ao mundo pela primeira vez sua mais revolucionária criação: o supercomputador Watson.

Criado com a capacidade “cognitiva” de aprendizado e IA aplicada em seu estado mais puro, Watson iniciou sua vida participando do famoso programa de perguntas e respostas norte-americano Jeopardy, que é transmitido por uma emissora de TV do país.

A proposta do programa é que os participantes formulem perguntas a partir de pistas dadas pelo apresentador. E Watson não fez feio em seu primeiro teste público. Na ocasião, o supercomputador derrotou os campeões Jen Jennings e Brad Rutter e saiu vencedor do programa.

Após o primeiro teste bem-sucedido, Watson passou a ser utilizado em dois hospitais universitários americanos. Nessa função, o supercomputador tinha como principal tarefa analisar prontuários e históricos médicos dos pacientes, cruzando essas informações com os sintomas, casos similares e dados publicados na literatura científica sobre o assunto.

Assim, Watson passou a auxiliar os médicos em diagnósticos com uma precisão quase cirúrgica. Afinal, ao ser capaz de analisar mais de 200 milhões de páginas de dados por segundo, respondendo a qualquer questão em menos de três, estranho seria se não fosse assim, concorda?

Hoje, cinco anos após sua estreia triunfal, Watson é responsável pela criação direta de mais de 500 novos negócios, que surgiram com propostas baseadas no poder super analítico da máquina. Ao ser lançado, Watson tinha 10 tecnologias de base. Hoje em dia, conta com 32 funcionalidades e 50 tecnologias, acessíveis por meio de APIs.

No Brasil, Watson chegou em 2014 e está aprendendo nosso idioma do zero, como se fosse uma criança. Para isso, ele estuda traços culturais do vocabulário brasileiro, bem como a gramática de nosso idioma.

Por meio do estudo de semântica e sintaxe e da capacidade incrível do supercomputador em conectar todo o conhecimento adquirido em diferentes contextos, Watson está praticamente fluente em nosso idioma e quase pronto para começar a trabalhar para alguma empresa brasileira.

A primeira instituição a utilizar Watson é o Bradesco, utilizando-o como “robô atendente”. Por meio da interação direta com os clientes que entram em contato com o banco por telefone, Watson auxiliará os atendentes humanos a se relacionarem melhor com os correntistas.

A ideia da instituição não é demitir funcionários nem deixar todo o atendimento nas mãos de Watson, mas combinar os aspectos humanos com os do supercomputador. Dessa maneira, a empresa espera que o atendimento se torne mais rápido, mais fácil e de qualidade.

Segundo os desenvolvedores da IBM, a capacidade de aprendizado de Watson é ilimitada. Eles caracterizam o supercomputador como o único sistema computacional existente na atualidade que é capaz de melhorar e de se aperfeiçoar continuamente.

5. Big Data e inteligência artificial: entenda essa relação

Como você já deve estar convencido, a inteligência artificial já é uma realidade em diversos setores do nosso cotidiano — e a tendência é que sua presença seja alavancada a níveis extraordinários em um futuro bastante próximo.

E como não poderia deixar de ser, no mundo corporativo a presença da IA já pode ser sentida em diversos setores. Sua utilização casada com o Big Data já é uma realidade em muitas grandes empresas e começa a se infiltrar também em empreendimentos de menor porte.

Mas afinal, como Big Data e inteligência artificial estão relacionados e que benefícios essa relação pode trazer ao mundo dos negócios? Para elucidar essa questão, primeiramente vamos esclarecer o que é Big Data e como ele é utilizado nos dias de hoje.

Big Data é uma expressão em inglês bastante utilizada atualmente para descrever conjuntos de dados extremamente grandes e difíceis de serem analisados e processados por sistemas operacionais, bancos de dados e softwares “comuns”.

Foi somente nos últimos anos, com o grande desenvolvimento da tecnologia, que o processamento de informações desse porte em alta velocidade foi viabilizado. Os dados que compõem um Big Data podem ser provenientes de diversas fontes e serem mais ou menos estruturados.

Por isso, é necessário que seja utilizado um poderoso sistema de análise e confluência de todos as variáveis relevantes a determinado objetivo. Um bom exemplo da utilização de Big Data para fins empresariais refere-se a uma empresa dinamarquesa, que estava buscando o melhor local do planeta para a instalação de turbinas para geração de energia eólica.

Para isso, foram analisados petabytes de dados climáticos coletados ao redor do mundo: condições climáticas, velocidade dos ventos, mudanças de nível das marés, mapas de desmatamento, entre outros.

Ao utilizar um sistema de processamento de Big Data, a análise de toda essa quantidade de informações, que poderia se estender por semanas utilizando softwares comuns, levou apenas algumas horas. Já se pode vislumbrar o quanto Big Data e inteligência artificial juntos podem realizar, certo?

A aplicação desses dois tipos de tecnologia no mundo corporativo, especialmente em negócios que possuem grande presença no mundo virtual, é capaz de abranger um amplo espectro de necessidades empresariais, auxiliando na tomada de decisões estratégicas, prevendo tendências mercadológicas, conquistando e fidelizando clientes e mantendo o potencial competitivo em níveis elevados.

Quando se fala em lojas virtuais e e-commerces, por exemplo, a união de Big Data e IA é capaz de agilizar e padronizar ações como monitoramento de preços praticados pelo mercado, precificação dinâmica, detecção de fraudes e análise preditiva.

A boa notícia é que esse tipo de análise extremamente acurada, antes privilégio das gigantes da internet — como a Amazon —, está cada dia mais acessível a empresas de pequeno e médio porte.

Já existem, inclusive, empresas especializadas que disponibilizam serviços e ferramentas específicos a preços atrativos, permitindo que empresas de tamanho mais modesto também possam se beneficiar dessa tecnologia, incorporando o Big Data e a inteligência artificial em seus processos e estratégias.

Outra grande vantagem da união dessas duas tecnologias no mundo dos negócios se refere ao conhecimento aprofundado do cliente e do mercado de atuação, permitindo, assim, que o produto certo seja oferecido no momento certo ao cliente certo.

Ferramentas de Big Data são capazes de agrupar dados de índices de intenção de compra, tendências de demanda e ofertas de produtos das empresas concorrentes, por exemplo. Isso, quando associado a ferramentas de inteligência artificial, permite que o sistema “aprenda” as preferências individuais de cada cliente, bem como os momentos em que ele está mais propício para a compra.

Dessa maneira, é possível intervir ofertando determinado produto e/ou serviço exatamente quando o consumidor mais precisa. Para empresas que costumam planejar e criar ações de marketing na internet, com o objetivo de geração de leads e aumento de vendas, a união entre Big Data e IA também pode se mostrar extremamente proveitosa e eficiente.

Por meio da segmentação dos potenciais consumidores em diferentes perfis, essas ferramentas são capazes de criar anúncios em formatos otimizados e personalizados para cada cliente em diferentes canais.

A partir da análise do histórico de comportamento de um cliente no site de determinada companhia, esses sistemas são capazes de fazer recomendações automáticas e certeiras, baseadas em correlações.

Com a união dessas duas tecnologias, testes A/B para otimização de sites, sistemas de envio de e-mails e estratégias de fidelização de clientes são alavancadas e otimizadas de maneira extremamente significativa. Afinal, apenas com a capacidade desse tipo de tecnologia é possível fazer análises suficientemente poderosas para entender cada indivíduo.

Citando novamente a gigante Amazon — já que a companhia é uma das pioneiras na utilização conjunta de Big Data e inteligência artificial —, podemos dizer que as estratégias desenvolvidas pela empresa estão cada dia mais surpreendentes e dignas de filmes de ficção científica.

Umas delas se refere ao processo recentemente patenteado denominado “antecipatory shipping”. Trata-se de um conjunto de algoritmos inteligentes que possuem a capacidade de prever o consumo de determinado cliente e antecipar seu envio, antes mesmo que a pessoa efetivamente efetue a compra!

Com essa estratégia, a empresa pretende diminuir ao máximo o tempo de entrega (uma das maiores queixas de consumidores que costumam comprar pela internet). Com esse mesmo propósito, a companhia já iniciou os testes para que as entregas de produtos sejam realizadas por drones inteligentes, diretamente na casa dos clientes.

Isso sem falar em outra estratégia já colocada em prática, o Fire Phone. Trata-se de um dispositivo que possui um scanner acoplado e permite que os clientes, ao visitarem lojas físicas, possam fazer pedidos de seus produtos de interesse na Amazon, diretamente de seus smartphones.

Diante de todo o exposto acima, fica bastante claro que o futuro já chegou, não é mesmo? Toda essa expansão da tecnologia e a relação cada vez mais aprimorada e sincronizada de Big Data com inteligência artificial somente reforça que essa é uma tendência que não pode ser ignorada. Nem mesmo por pequenos e médios empresários.

Ao utilizar esse tipo de ferramenta como uma base forte e confiável para a tomada de decisões estratégicas de curto, médio e longo prazo, é possível manter a competitividade de qualquer negócio frente a um mercado cada dia mais agressivo e competitivo, bem como garantir o crescimento e a expansão sustentável do empreendimento.

Conclusão

A inteligência artificial é um ramo da ciência que, a cada dia, está mais presente em nossa rotina. Como você pôde perceber ao longo deste post, essa tecnologia (que está sendo aprimorada constantemente), pode ser encontrada tanto em entretenimento quanto em questões muito relevantes como saúde e segurança.

No mundo dos negócios, as possibilidades de utilização de IA são ainda mais promissoras. Juntamente com Big Data e demais ferramentas, métodos e análises, será possível criar um estilo de gestão e administração de negócios como nunca fomos capazes de imaginar.

Assim, estar por dentro desse assunto — entendendo como a inteligência artificial será capaz de mudar totalmente nossa vida, nossa economia e nossas relações de trabalho em um futuro bastante próximo — é essencial para todos aqueles que desejam manter suas empresas com potencial competitivo, garantindo sua sustentabilidade.

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